Educação

Pesquisadora da UFSM participa de programa Mulheres na Ciência e Inovação

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Fotos: Marcelo Oliveira (Diário)/
Doutoranda apresenta carro elétrico da UFSM

Pela primeira vez, a UFSM é representada em um Programa Nacional, por uma mulher com uma proposta na área da mobilidade elétrica - uma área que ainda é muito masculinizada. A doutorado do Programa de Pós-graduação em Engenharia Elétrica do Centro de Tecnologia da UFSM, Patrícia Gomes Dallepiane, de 28 anos, foi selecionada para a 3º edição do programa Mulheres na Ciência e Inovação, sendo a única a apresentar uma ideia voltada a área da engenharia elétrica do programa inteiro.

As pesquisas desenvolvidas na Universidade possuem foco área de mobilidade elétrica. A doutoranda apresenta uma proposta que envolve a logística e a inovação da mobilidade elétrica no Brasil, visando criar meios que contribuem para a substituição de veículos a combustão por elétricos. Segundo Patrícia, o projeto foi criado para atender as novas demandas da sociedade, utilizando fontes renováveis de energia que causam impacto significativo para a redução de poluentes. 

- Os projetos da mobilidade elétrica visam a contribuir para a criação de novos nichos de mercados, onde vem a incentivar mulheres a trabalhar nessa área da tecnologia, a desenvolver, então, novos métodos para vir acrescentar seus conhecimentos dessa diversidade de ideias na área da mobilidade - ressalta Patrícia.

A doutoranda explica que o projeto engloba temas como empreendedorismo e liderança, trazendo conceitos acadêmicos e de inovação, que contribuem com uma formação para agregar no conhecimento para criação de Pitch (apresentação de um negócio), Startups e novos modelos de negócio, para então investir e inovar no ramo de mobilidade elétrica.

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O projeto foi desenvolvido, primeiramente, na empresa de bebidas Fruki, em Lajeado, por meio de análises do impacto logístico, utilizando um caminhão elétrico. Conforme Patrícia, foram analisadas questões como: economia, manutenção, abastecimento e redução de emissão de poluentes.

A análise, que teve duração de um ano e cinco meses, obteve resultados positivos, de acordo com a doutoranda. A avaliação mostrou uma economia de R$ 1 milhão ao longo do período estudado para uma frota de 61 caminhões se, atualmente, fosse realizada por caminhões elétricos.

- Então, é um impacto significativo na redução econômica e também na questão de meio ambiente, onde diariamente pode se reduzir mais de 8 mil kg de CO2, substituindo esses caminhões - complementa.

Patrícia é graduada em Engenharia Elétrica com destaque em Sistema de Energia pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí) e mestre em Engenharia Elétrica pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica da UFSM. Atualmente, também é graduanda do 9º semestre de Engenharia de Produção na Universidade de Passo Fundo (UPF).

ECONOMIA AOS COFRES PÚBLICOS
Atualmente, Patrícia está desenvolvendo pesquisas complementares de uma proposta de substituição gradual da frota da prefeitura de Santa Maria. Essa parceria, vem sendo estudada da maneira mais viável, objetivando substituir os veículos ou fazer a aplicação de "carshare" - veículos compartilhados. O projeto visa promover o investimento e não a compra de veículos, mas sim um aluguel dos mesmos, para atender essa nova demanda.

Além de dar visibilidade à sua proposta, Patrícia também ressalta o sentimento de levar a universidade a um programa de nível nacional.

- Levar o nome da UFSM é muito gratificante, porque as mulheres que foram selecionadas para essa formação, são de várias áreas da Ciência, Tecnologia, Engenharias e Matemática (STEM), de todo o país, com as mais diversas capacidades. Então levar o nome da UFSM é uma honra - afirma.

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O PROGRAMA

O Programa Mulheres na Ciência e Inovação, criado em 2018, é voltado para as pesquisadoras brasileiras em áreas da STEM, que desejam empreender e inovar.

Foram cerca de 200 cientistas selecionados pelo país todo, para a realização de um treinamento virtual participando de sete encontros, que teve início em setembro e acontece até outubro. Os encontros têm como foco temas relacionados à inovação, ao empreendedorismo e ainda abrange gênero e ciência.

O programa é efeito de uma parceria entre o British Council e o Museu do Amanhã, tendo patrocínio da Shell. A atividade é gratuita e visa fortalecer a liderança feminina na inovação de base científica e tecnológica.

Além disso, o projeto está vinculado com a Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU), que prevê 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), visando o incentivo à participação de mulheres para o crescimento da tecnologia e da área em específico no país.

A participação do evento só cabe às pesquisadoras que estão cursando, no mínimo, a graduação e precisam ter uma proposta de inovação de base científica e/ou tecnológica, tendo interesse no empreendedorismo.

As próximas etapas do curso tendem a agregar conhecimento a respeito dos avanços tecnológicos no país, visando contribuir com saberes e recursos que auxiliam na construção de bases de sustentabilidade e autonomia ao projeto das participantes. E ainda, fortalecer a união criada entre as pesquisadoras, com objetivo de somar esforços, estimulando a discussão e encorajando a participação de mulheres na ciência.

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Fotos: Marcelo Oliveira (Diário)/
Doutoranda analisa carro elétrico da UFSM

MULHERES NA ENGENHARIA

Uma matéria realizada pela Universidade de Fortaleza (Unifor) ressalta que a trajetória da mulher no mercado de trabalho no Brasil vem ganhando mais espaço e destaque a cada ano. Conforme a Organização Internacional do Trabalho (OIT), elas estão mais presentes nas vagas de emprego, embora ainda estejam abaixo dos homens.

Esses dados foram confirmados pelo Ministério do Trabalho, que apontam o crescimento da ocupação feminina em postos formais de trabalho de 40,8% em 2007 para 44% em 2016. 

A doutorando Patrícia, comenta que atuar na área da Engenharia Elétrica é interessante e que tem muito a desenvolver, embora atualmente essa área tenha muita predominância masculina.

- A mulher deve buscar ser incentivada a entrar nessa área da STEM, na área da mobilidade, porque tendem muito a contribuir com esse amplo conhecimento, vindo para diversificar e trazer novas ideias para a pesquisa - conclui Patrícia.

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